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Assim como em outras civilizações, a Grécia Antiga também desenvolveu teorias e métodos da medicina em seus primórdios, e que permeiam a prática até os dias de hoje. Na Grécia, a medicina começou a evoluir como campo de conhecimento a partir do século V a.C., quando se começou a deixar de lado a ideia do Período Arcaico de que as doenças eram provocadas pela ira dos deuses.
Com o avanço dessa visão da medicina, a racionalidade passou a ser praticada pelos estudiosos e profissionais da área, levando em consideração não mais a religiosidade para explicar os porquês da medicina, mas sim, estudos sobre a funcionalidade do corpo humano e diagnósticos racionais. O uso das plantas para a cura e o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas também começaram a circular como métodos pelo rol da medicina grega.
Importantes nomes da antiga medicina grega foram Hipócrates (considerado como pai da medicina ocidental), seguido por Galeno. Hipócrates foi o primeiro a ter o olhar mais racional sobre as doenças, deixando de lado os sagrados e os mitos. Para ele, observando sintomas, as doenças eram resultado de alterações do nosso próprio corpo. Com isso, era possível propor um diagnóstico mais preciso e um tratamento realmente eficaz.
Esse conceito, que para nós é muito básico, nos séculos IV a.C. e V a.C. era totalmente disruptivo e inteligente. Por isso, até os dias de hoje os conhecimentos dos gregos antigos sobre a medicina são extremamente valiosos e até fazem parte do importante juramento dos formandos de medicina, o Juramento de Hipócrates, que fala sobre a ética da medicina.
Hipócrates também levava em consideração a harmonia do todo, ou seja, o preceito de olhar o ser humano como um todo – observando a tríade: corpo, mente e emoções – o que hoje chamamos de olhar holístico na medicina integrativa.
Acreditava-se que a saúde era afetada por fatores que iam muito além do que se imaginava, como as emoções, as etnias, dietas, classe social, crenças e pensamentos. Por conta disso, podemos dizer que a antiga medicina grega foi a precursora da atual medicina integrativa.
A própria Organização Mundial da Saúde define a saúde não apenas como a ausência de doença em um indivíduo, mas também consiste no bem-estar físico, mental, psicológico e social. Ou seja, é um estado que acumula-se e que, de certa forma, influencia nos diferentes campos. O físico, mental, emocional e até mesmo o espiritual influenciam-se.
Hipócrates também acreditava que o corpo humano é ligado diretamente à phisis, natureza, e essa conexão, em sua forma saudável, é harmoniosa. Quando essa harmonia é abalada ou alterada é sinal de que existe alguma doença no indivíduo. Essa premissa do corpo ligado à natureza e aos elementos naturais é antiga e advinda dos primórdios da medicina, mas ainda muito presente nos dias de hoje. Veja a seguir:
As visões do passado, presentes no hoje
O que se entendia por medicina nos primórdios envolvia os preceitos espirituais, emocionais e naturais. Os próprios povos, antes mesmo da evolução da medicina, se utilizavam das ervas, dos cristais e das rezas para curar os indivíduos.
Com o avanço da medicina tradicional, novos e modernos tratamentos surgiram, salvando a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Apesar disso, sempre acabamos voltando ao conceito da medicina natural e mais antiga, em que o ser humano era observado e tratado como um todo e levando em consideração aspectos naturais, místicos e espirituais.
O grego Galeno foi o precursor do uso de animais em comparação com o organismo humano, aplicado até hoje na medicina tradicional, principalmente em testes. Através da dissecação dos animais, ele construiu um modelo anatômico que passou a ser empregado para aprimorar os estudos da medicina.
Na medicina integrativa, que hoje é entendida como uma evolução da medicina tradicional, o uso dos conceitos holísticos para diagnósticos e tratamentos se faz presente em todos os momentos. Além disso, diversas terapias como fitoterapia, aromaterapia e floralterapia, por exemplo, se utilizam de extratos das plantas para promover a cura completa do indivíduo, nos âmbitos físico, mental e emocional. Ou seja, o natural e o ‘todo’ estão sempre influenciando a medicina.
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Autor
Redação Soham