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Você já parou para pensar que o Mal de Alzheimer não é exclusivo das pessoas com idade avançada? É sabido que os indivíduos com mais de 60 anos são os que mais desenvolvem a doença e que ela vai se agravando com o progresso dos anos. Porém, esse mal também atinge os jovens e sua frequência não é tão baixa assim.
A doença de Alzheimer é uma das mais comuns e temidas pelas pessoas, principalmente as que estão próximas da terceira idade. É uma doença neurodegenerativa crônica e a forma mais comum de demência. Ela começa sorrateira, com alguns simples esquecimentos, até que progride por completo gerando a perda das funções intelectuais, reduzindo o desempenho das funções e alterando a personalidade.
Na maioria dos casos, a resistência e a agressividade perante outras pessoas são comuns, o que requer muita paciência e compreensão.
Acontecimentos recentes já não são mais lembrados pelo indivíduo, que pode vir a se recordar apenas de momentos específicos de anos muito distantes. Isso ocorre porque a mente busca se acomodar somente em lembranças boas, ou seja, em épocas e momentos em que a alegria era suprema, e o indivíduo era ativo e independente.
Com o avanço da doença, a pessoa vai perdendo as suas funções intelectuais, reduzindo o desempenho em todas as suas funções diárias e até mesmo em sua personalidade. Mudanças de comportamento e a resistência em ser ajudado são consequências comuns.
Alzheimer precoce
Atualmente, são mais de 15 milhões de pessoas ao redor do mundo com Alzheimer, e esse número não se restringe aos maiores de 60 anos. É bastante comum que indivíduos jovens (a partir dos 35 anos) procurem consultórios de neurologia com queixas de memória.
Na maioria das vezes, o esquecimento de afazeres simples, de objetos e até mesmo de alguns nomes, acabam despertando esse alerta que pode ser intensificado pelo temido fator genético.
A genética representa 70% das causas da doença, ou seja, se um parente próximo como seu pai, mãe, avô ou avó tiveram o Mal de Alzheimer, as chances de desenvolver a doença podem ser maiores em relação às pessoas que não tiveram casos na família. Nesses casos de Alzheimer em pessoas jovens, o fator genético representa 10% deles.
Quando afeta pessoas jovens, essa doença é chamada de Alzheimer Precoce, ou Familiar, por conta do fator genético, podendo surgir após os 35 anos de idade. Mas, calma, apesar de o Alzheimer em pessoas mais jovens existir, ele representa apenas 5% dos casos da doença.
Alois Alzheimer, precursor dos estudos da doença que leva seu nome, registrou o Alzheimer pela primeira vez em 1906, relatando o caso em uma senhora de 51 anos. Essa é uma idade considerada jovem pela medicina tradicional, e por isso, até a década de 1970, os estudiosos acreditavam que a doença acometia apenas pessoas com menos de 60 anos, ou seja, jovens. Era conhecida como uma doença pré-senil.
Porém, após analisar o cérebro de idosos com sintomas de demência, puderam observar que as alterações – aumento de amiloide beta e da proteína tau no cérebro – eram iguais às do Alzheimer.
No caso do Alzheimer precoce, as mutações genéticas desempenham um papel mais importante no aparecimento da doença, diferentemente das pessoas mais velhas, cujo cérebro começa a envelhecer e aumentar o risco da doença.
Como perceber?
O Alzheimer em pessoas jovens pode ser percebido com lapsos de memória para episódios recentes, que vai se estendendo para as informações mais antigas de sua vida.
Porém, outras variáveis da doença também podem dar indícios diferentes. É o caso da afasia logopênica, que interfere diretamente na capacidade de se comunicar, ou seja, na fala. A fala se torna hesitante, havendo interrupções, além de apresentar dificuldades em lembrar nomes de coisas e pessoas.
A atrofia cortical também é uma variante, que atrapalha a percepção e processamentos de imagens visuais. Na prática, isso significa que a pessoa não consegue acompanhar o movimento de um objeto com a mesma destreza ou tem dificuldades em encontrá-los em um espaço pequeno.
Outros sintomas de demais variáveis também podem ser observados, como a dificuldade em se planejar e organizar suas tarefas, e não conseguir se localizar no ambiente, como reconhecer o que é esquerda e direita, não saber onde está etc.
Se você começar a notar esses sintomas, procure um profissional da área da saúde para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado!
Autor
Redação Soham