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“Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar”, escreveu o poeta português Fernando Pessoa. Essas palavras sintetizam um pouco do que cada um de nós sente quando se fala em amor incondicional: o amor na sua essência, um sentimento puro e sem apego.
Encontramos mais elementos sobre o tema nos versos de Pablo Neruda: “Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde. Amo-te amo diretamente sem problemas nem orgulho”. O poeta chileno nos faz refletir sobre um amor sem julgamentos, sem expectativas. Ele fala do amor romântico, mas um sentimento com essas características pode permear também outros tipos de relacionamento, como entre pais e filhos, amigos ou até na relação com um animal de estimação.
Para moldar essa concepção, o pensamento ocidental percorreu uma trajetória que começa na Grécia Antiga. Amor incondicional deriva de ágape, um dos 7 tipos de amor definidos pelos filósofos gregos. Ágape é o amor que permite ao ser humano sentir-se parte da humanidade, da vida. É um sentimento capaz de criar em nós a consciência de que todos somos parte de algo maior, de um todo. É caracterizado por um amor universal e incondicional que se tem em relação a todos os seres humanos, que desperta a bondade e inspira os benevolentes, os voluntários, os altruístas.
O escritor e teólogo britânico, C.S. Lewis, na obra “Os Quatro Amores” aprofundou a discussão sobre o caráter cristão de ágape, relacionando-o à prática da caridade. Na Bíblia, ágape aparece centenas de vezes. E, nesse contexto, adquire um caráter de amor divino e torna-se um termo mais abrangente, abarcando, por exemplo, a predileção do pai em relação ao filho, a abnegação às leis da igreja, o sentimento de compaixão em relação aos outros.
Genericamente, a Psicologia relaciona ágape ao amor pela natureza e pela humanidade. Sugere um amor generoso, desprovido de paixões cegas, efêmeras ou de interesses pessoais, um amor que independe do que se recebe de volta. Todas essas ideias inspiraram o entendimento que temos hoje sobre o amor incondicional, por mais subjetivo que ele seja. E é nelas que buscamos recursos para evitar comparações equivocadas entre amor incondicional, amor tóxico ou paixão.
O amor tóxico gera sofrimento e amargura e pode resultar em violência psicológica e física. Nos relacionamentos baseados nesse sentimento, em geral, uma das partes assume um papel possessivo e o desejo de mudar a outra para adaptá-la às suas próprias expectativas, idealizações e necessidades.
A outra parte, por sua vez, se submete a essa pressão, se anulando, se abandonando e colocando as prioridades e a felicidade alheias em primeiro lugar. É uma relação destrutiva, carregada de manipulações, humilhações, desprezos, tristezas e ciúmes exacerbado – o exato oposto do amor incondicional.
Na paixão, há uma entrega. Em geral, os apaixonados são incapazes de enxergar verdadeiramente a pessoa com quem se relacionam. A intensidade, a urgência e a impulsividade desse sentimento nublam a percepção. Ela é finita, fugaz e sexual. Com o tempo, a relação apaixonada pode amadurecer e dar lugar ao amor. Ou não.
O amor incondicional é diferente dessas duas situações – o amor tóxico e a paixão – porque inclui respeito. Ama-se o outro como ele é, com absoluta clareza sobre todas as nuances de sua personalidade. Ama-se sem pressa. Aceita-se a pessoa em toda a sua inteireza, incluindo fraquezas, defeitos e limitações, sem que, para isso, seja preciso destruir a própria autoestima. Aliás, em qualquer tipo de amor, só se ama genuinamente quem é capaz de se amar.
Amar a si mesmo é um ato de coragem, desprendimento e compaixão. Voltar o olhar para dentro de si e observar, tanto aspectos positivos quanto negativos, com gentileza e cuidado não é tarefa fácil. Quem se ama, se conhece e consegue olhar o mundo generosamente, como olha para si mesmo, sem ilusões ou julgamentos.
Aquele que desenvolve o amor próprio tem mais facilidade para estabelecer relações saudáveis de qualquer natureza. Vale destacar que, incondicional ou não, o amor não é uma escolha, mas um sentimento que flui do coração. Não podemos escolhê-lo, mas podemos criar condições para que ele se desenvolva. E o autoconhecimento é o primeiro passo para isso.
O Portal Soham, que atua a partir do Método da Tríade da AutoCura (TAC), oferece informações detalhadas sobre uma série de terapias integrativas e complementares que podem lhe apoiar na sua jornada pelo autoconhecimento. Entre elas, estão Reiki, Thetahealing, Homeostase Quântica Informacional, Constelação Familiar, Fitoterapia, Sistema de Florais, Osteopatia, Medicina Tradicional Chinesa, Radiestesia e Radiônica. O Portal ainda permite que você encontre, entre os seus parceiros, profissionais especializados e qualificados em cada uma dessas áreas.
Fica aqui o nosso convite para se conhecer melhor, para descobrir o seu amor próprio, para se permitir amar, para experimentar o amor incondicional. Esperamos por você!
Autor
Clelia Queiroz Gadelha