Artigos
Por Dra. Marlene Siqueira, ginecologista e obstetra
Esta importante data foi escolhida em 1984 na Holanda, no IV Encontro Internacional da Saúde da Mulher, para discutir estratégias de promoção de saúde e prevenção de mortalidade da mulher.
No Brasil, a data passou a integrar o ‘Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna’, conferindo visibilidade ao 5º Objetivo de Desenvolvimento do Milênio – O.D.M. da ONU, que trata da igualdade de gêneros. A mortalidade materna ainda evidencia as desigualdades de gênero, tanto no acesso à educação e nutrição, como no acesso à saúde e seu caráter previnível, considerando a importância de se estabelecer ações intersetoriais que garantam a qualidade do acesso à saúde a toda a população.
A ‘morte materna’ é a morte de uma mulher durante a gravidez ou nos 42 dias seguintes ao parto. É um importante indicador da qualidade do serviço de saúde ofertado para as mulheres e está muito atrelado às condições socioeconômicas da população. Considera-se que 40% a 50% das mortes poderiam ter sido evitadas, traduzindo uma necessidade urgente de ampliar as ações estratégicas para mudar este índice, que hoje no Brasil esta em 64,5 óbitos por 100.000 mil nascidos vivos, sendo que a meta da ONU é de 30 óbitos por 100.000 nascidos vivos (Morte da mãe enquanto o recém-nascido lhe é levado. Alto-relevo, 1863, Striesener Friedhof em Dresden).
As principais causas de Morte Materna são: hemorragias pós parto, abortamentos inseguros, hipertensão na gestação, Infecção puerperal, parto distócico, embolias e doenças pré existentes. Recentemente tive a oportunidade de me reciclar participando de um treinamento oferecido pelo Ministério da Saúde em parceria com a OPAS/OMS – Estratégia Zero Morte Materna por Hemorragia – 0MMxH. A estratégia educa as mulheres para que tenham mais poder de decisão e tenham seus direitos e preferências respeitadas, e na outra ponta, visa fortalecer as capacidades dos profissionais da área da saúde em habilidades para atendimento às emergências obstétricas.
A promoção de saúde e prevenção de doenças para as mulheres fora do ciclo gravídico puerperal envolve ações educativas em que as principais necessidades são:
A população feminina corresponde a 51% dos brasileiros segundo IBGE, e mesmo antes de ser a maioria, a mulher sempre teve, e nunca perderá, sua posição de relevância dentro da família e da sociedade.
Com o aumento da longevidade os cuidados com a saúde tornaram-se necessários e impactantes para a manutenção da vida com a qualidade e a autonomia que a MULHER MERECE TER.
Autor
Marlene Siqueira