Felicidade – existe uma definição?

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Redação Soham

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Felicidade – existe uma definição?

Felicidade. Estado que a maioria das pessoas busca durante toda a vida e que norteia nossos pensamentos, ações, planos e metas ao longo da jornada. No Dia Internacional da Felicidade, as perguntas são: afinal, o que é ser feliz de fato? Existe uma fórmula pronta da felicidade ou vivemos em busca dessa equação constantemente?

Se questionarmos as pessoas sobre o significado de felicidade, cada uma irá responder ao seu modo, sempre relacionando esse estado a algo que almeja muito ou que considera bom o suficiente para fazê-la feliz.

Alguns podem dizer que felicidade é estar ao lado da família, outros que é ter uma boa posição profissional, enquanto os demais podem relacionar ao amor perfeito. Cada um encontra motivos diferentes para ser feliz.

Ao mesmo tempo em que o significado de felicidade é particular e singular, ele também se encaixa em um senso comum e coletivo. Saúde, dinheiro no bolso, amor e paz são condições frequentemente associadas à definição de felicidade.

Hoje em dia, a felicidade é ofertada para nós na TV, nas revistas e nas redes sociais de uma maneira bastante objetiva. As visões de paraísos, de vidas perfeitas e de produtos que se tornam sonhos de consumo estão constantemente relacionados à felicidade. Conquistar o carro do ano, o corpo “perfeito” da influencer, fazer aquela viagem maravilhosa, entre tantos outros feitos incríveis que nos levam, hipoteticamente, à felicidade!

A definição da palavra felicidade no dicionário Aurélio é: “qualidade ou estado de feliz”. O substantivo é descrito ainda como “bom êxito, sucesso”. Ou seja, esse é um estado que, para a maioria das pessoas depende de acontecimentos, condições e feitos positivos em nossa vida para acontecer.

A felicidade para os filósofos

E engana-se quem acha que a preocupação com a definição e com a busca da felicidade sejam pertinentes aos tempos modernos. Esse é um tema muito pautado desde a Grécia Antiga, quando as primeiras discussões filosóficas sobre ética surgiram.

A referência filosófica mais antiga sobre o tema está presente em um texto de Tales de Mileto, que define a felicidade como “quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada”. O termo “boa sorte” é citado pois na visão dos gregos antigos, a felicidade dependia disso.

Para Demócrito de Abdera, a felicidade era “a medida do prazer e a proporção da vida”. Para conseguir alcançá-la era necessário deixar de lado ilusões e desejos e assim alcançar serenidade por meio da filosofia.

Já Sócrates relacionava a felicidade ao bem-estar da alma. Para ele, esse estado não se referia apenas à satisfação dos desejos e necessidades do corpo, mas também da alma. E para ele, esse bem só poderia ser alcançado por meio de uma boa conduta, que fosse justa e virtuosa (noção integrante da vertente do pensamento filosófico: Ética). Antístenes, um dos discípulos de Sócrates, acreditava ainda que a felicidade era sinônimo de autossuficiência.

Por fim, Aristóteles relaciona o estado de felicidade ao exercício do pensamento, inerente principalmente à atividade do filósofo. Para ele, o ato de pensar aproximava o ser humano de Deus.

A visão da ciência

O assunto é tão importante que até mesmo a ciência estuda suas definições e efeitos. Desde a década de 1960, estudiosos de importantes universidades, como a da Pensilvânia e de Harvard, se empenharam em estudar o tema.

Neste mesmo período, o pesquisador Martin Seligman fundou com outros pesquisadores a chamada psicologia positiva, que contribuiu para descobertas válidas sobre o assunto. Com a psicologia positiva, a felicidade e seus desdobramentos passaram a ser olhados não mais de forma abstrata, mas também científica e sistemática.

Após cerca de oito décadas de pesquisa, Harvard chegou a uma conclusão sobre felicidade. O psiquiatra Robert Waldinger foi o responsável pelo estudo sobre o tema, em que acompanhou a vida e a rotina de 724 pessoas em um longo período de 75 anos.

Sua metodologia consistiu em aplicar diversos questionários sobre suas vidas que eram feitos a cada dois anos. A finalidade era analisar a satisfação no trabalho, a qualidade das relações interpessoais e as atividades sociais. A cada 5 anos, a saúde física dos participantes também era avaliada.

O resultado da longa pesquisa é que o real segredo da felicidade está relacionado à manutenção das relações interpessoais. Segundo o estudo, as conexões com outras pessoas nos auxiliam na memória, no bem-estar e na saúde em geral. A qualidade dos relacionamentos se mostrou mais importante do que a quantidade.

A pesquisa ainda apontou que os voluntários que se sentiam solitários, afastados de seus companheiros amorosos, amigos e familiares apresentavam menores índices de felicidade em comparação com os indivíduos mais socialmente inseridos.

Ou seja, ser feliz não depende só de nós mesmos, segundo Harvard, mas sim do coletivo, do outro. É preciso entender a importância das pessoas ao seu redor – linha de raciocínio que vai na contramão do que era defendido por Antístenes na antiguidade.

O Instituto Ipsos demonstrou em 2019 que 65% dos brasileiros consideram que a saúde e o bem-estar físico são algumas das maiores fontes de felicidade que existem. Em segundo lugar, “ter um emprego que faça sentido” é o que também proporciona esse estado.

Desde 2012, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (SDSN, na sigla em inglês) publica anualmente o Relatório Mundial da Felicidade (em inglês: World Happiness Report). O intuito é que os países membros meçam a felicidade de seus habitantes a fim de ajudar em suas políticas públicas.

Dentre as variáveis analisadas entre os países estão: PIB per capita real, assistência social, liberdade para fazer escolhas, expectativa de vida saudável, generosidade e percepções de corrupção.

No último relatório, divulgado em 2020, o Brasil ocupou a marca de 32º país mais feliz, assim como em 2019. Resultados esses bem diferentes em comparação com o relatório de 2016, em que o nosso país alcançou o 17º lugar. Ou seja, a felicidade do brasileiro caiu gradativamente.

O que todos esses estudos e resultados provindos da ciência nos revelam é que a felicidade não é uma receita de bolo e muito menos uma fórmula pronta. Ela é variada, oscilante e depende de diversos fatores ao nosso redor para acontecer. 

Para os pensadores contemporâneos, é preciso querer ser feliz e buscar por isso, trabalhando as emoções e pensamentos positivos, as boas ações, lidar bem com as adversidades e, principalmente, construir bons relacionamentos interpessoais.

E aí, você se considera uma pessoa feliz? Responda a nossa pesquisa no stories do instagram: @soham.saude.integrada e diz pra gente!

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