Terapias
O uso de plantas medicinais na arte de curar é uma forma de tratamento de origens muito antigas, relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada no acúmulo de informações por sucessivas gerações. Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diferentes doenças.
A fitoterapia, por definicao, é uma terapia caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.
Quando a planta medicinal é industrializada para se obter um medicamento, tem-se como resultado o fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por micro-organismos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso. Os fitoterápicos industrializados devem ser regularizados na Anvisa antes de serem comercializados. (ANVISA,2020)
Fitoterápicos também podem ser manipulados em farmácias de manipulação autorizadas pela vigilância sanitária e, neste caso, não precisam de registro sanitário, mas devem ser prescritos por profissionais habilitados. (ANVISA,2020)
As plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Para usá-las, é preciso conhecer a planta e saber onde colhê-la, e como prepará-la. Normalmente são utilizadas na forma de chás e infusões.
A fitoterapia se resume na utilização de plantas para o tratamento de doenças.
Os produtos farmacêuticos que possuem como matéria-prima qualquer parte de uma planta com conhecido efeito farmacológico, podem ser considerados como medicamentos fitoterápicos. As pessoas usam plantas medicinais em busca de cura para doenças, embora seja necessário saber que, nem todas as plantas servem para os tratamentos e para seu uso. É necessário conhecimento, o que pode evitar problemas de saúde e medicação indevida aos pacientes, pois é necessário que a eficácia seja comprada cientificamente.
Como utilizar plantas para o tratamento fitoterápico
Para que se obtenha as propriedades das plantas é necessário que elas sejam tratadas corretamente, secas de forma adequada para evitar a perda dos princípios ativos, tornando-se quebradiças para melhor finalização.
O armazenamento também demanda de cuidados especiais, pois não é recomendado que sejam guardadas por muito tempo, para que mantenham a eficácia necessária. Também não se recomenda o uso de misturas das plantas medicinais, já que a combinação entre elas pode resultar em efeitos imprevisíveis.
Não é recomendado o uso desses medicamentos durante a gravidez e lactação, sem indicação médica, pois mesmo tendo uma base natural, podem causar reações que levam à intoxicação, enjôos, irritações e até mesmo a morte, como qualquer outro medicamento.
Antes de iniciar qualquer tratamento, é necessário buscar informações com profissionais de saúde que estejam aptos a indicar a melhor opção, e ainda informar aos médicos qualquer reação após o inicio do tratamento, bem como se informar sobre seu uso antes de cirurgias. É importante seguir todas as instruções médicas, orientação da bula, da rotulagem e observar a validade, evitando o consumo de medicamentos vencidos.
Vale lembrar que os medicamentos fitoterápicos são aqueles que empregam exclusivamente matérias-primas ativas vegetai
Uma pesquisa publicada em 2003 registra que cerca de US$ 12,4 bilhões/ano são movimentados no mercado mundial e a Europa abocanha metade do valor total.
Indica-se, também, que os fitoterápicos e os produtos naturais respondem por 25% do receituário médico nos países desenvolvidos e 80% naqueles em vias de desenvolvimento. Estima-se, por outro lado, que o mercado mundial de produtos farmacêuticos movimenta cerca de US$320 bilhões/ano, dos quais aproximadamente US$20 bilhões têm origem em princípios ativos vegetais.
No Canadá as vendas crescem 15% ao ano e nos Estados Unidos chegam a 20%. Esse aumento de consumo de plantas medicinais deve-se a vários fatores, principalmente pela valorização das plantas e pela crença popular de que elas podem auxiliar no tratamento de qualquer doença.
Para Furnham e Bragrath, o uso de plantas com fins medicinais vem de uma população insatisfeita, muitas vezes devido a reações adversas causadas pelos medicamentos alopatas; ou ainda da busca por soluções alternativas para as doenças. Com isso, a prática do uso de plantas permanece presente, dentro do crescente uso das terapias não convencionais.
As primeiras práticas dessa terapia no Brasil têm registro colonial, pois foram os índios que, com a contribuição dos negros e europeus, popularizaram a utilização das plantas. Os negros vindos com os portugueses trouxeram ervas que consideravam medicinais e através dessa ideia, os europeus viram a oportunidade de aumentar seus conhecimentos medicinais usando a flora brasileira.
Com o tempo, a medicina foi aplicando experimentos que pudessem comprovar a veracidade da capacidade de cura das plantas, realizando registros científicos que pudessem ampliar o uso das plantas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), hoje, a utilização de plantas medicinais é a principal opção terapêutica da maior parte da população mundial (cerca de 80%). Em 1986, foi visto pela primeira vez, oficialmente, no Relatório Final da VIII Conferência Nacional de Saúde, a proposta de se introduzir as práticas alternativas de assistência à saúde, nos serviços de saúde, dando ao usuário o direito democrático de escolher a terapêutica de sua preferência e incluir o conhecimento das práticas complementares no currículo de ensino em saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS), busca oferecer à população opções de tratamento gratuito para todos os tipos de doenças e distúrbios, e no que diz respeito ao tratamento fitoterápico, disponibiliza, com recursos de União, Estados e Municípios, doze medicamentos, que são indicados, por exemplo, para uso ginecológico, tratamento de queimaduras, auxiliares terapêuticos de gastrite e úlcera, além de medicamentos com indicação para artrite e osteoartrite.
De acordo com a SciELO, “o número de programas de fitoterapia vem aumentando desde meados dos anos 1980. Mas, é a partir dos anos 1990, após a criação do SUS em 1988, que se registra taxa crescente no número dos programas. Este crescimento acentua-se a partir de 2006-2008, com o lançamento da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério da Saúde (2006) e do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e do seu Comitê Gestor, em 2008”. Essa prática acaba tendo uma grande procura por parte da população, pelo custo-benefício.
Ainda de acordo com a SciELO: “O Brasil precisa avançar no campo da fitoterapia. Este avanço depende de uma forte campanha de esclarecimento público, que deve incluir a classe médica, para mostrar a segurança e eficácia das plantas medicinais de uso tradicional, como uma alternativa terapêutica. É também importante que os melhores químicos de produtos naturais se envolvam com o estudo de plantas medicinais, desde o trabalho de identificação do princípio ativo ao controle de qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor. A complexidade na composição química dos extratos dos fitoterápicos é uma das principais razões para a reprodução dos seus efeitos farmacológicos desejados, e este é o grande desafio que os químicos precisam vencer, padronizando o extrato e informando ao usuário quais são os princípios ativos e as suas concentrações”.
FITOTERAPIA é termo usado para se referir à terapêutica que utiliza os medicamentos cujos princípios ativos são advindos de plantas ou derivados vegetais e que tem a sua origem no conhecimento e no uso popular.
FITOTERÁPICO ou FITOMEDICAMENTO é o produto medicamentoso à base de vegetais, ou seja, tem um ou mais princípios ativos vegetais em sua forma bruta, como extratos, tinturas ou pó.
PRINCÍPIO ATIVO: substância ou conjunto de substâncias quimicamente definidas responsáveis pela ação far – macológica das drogas vegetai
É caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diversas formas farmacêuticas, sem a utilização de substancias isoladas.
Autor
Dhayara Lemes