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O Mal de Parkinson é um distúrbio do sistema nervoso central que provoca um dos seus sintomas mais perceptíveis: o tremor nas mãos. Neste artigo, vamos compartilhar alguns fatos pouco conhecidos em relação ao Parkinson e a forma como eles continuam a influenciar as pesquisas sobre a doença. Confira!
Por ser uma doença que ainda não apresenta cura, segundo a medicina tradicional, muitas pesquisas em torno da mesma são realizadas pelo mundo, o que fez com que os cientistas descobrissem algumas curiosidades relacionadas ao distúrbio que, provavelmente, você nem tenha conhecimento.
Agricultores têm maiores chances de desenvolver Parkinson
Parece loucura dizer que um determinado grupo de profissionais está mais propenso a adquirir uma doença tão comum como essa.
Porém, pesquisas apontam que alguns fatores ambientais podem contribuir para que a doença venha a ocorrer, ou seja, o ambiente pode gerar algum gatilho para os genes da doença.
É o caso das zonas rurais e isso ocorre por conta dos pesticidas. Segundo pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia, existem três tipos de pesticidas (ziram, maneb e paraquat) que aumentam consideravelmente as chances de se desenvolver o Mal de Parkinson, sendo que cada um deles pode gerar consequências diferentes em nosso organismo.
Por isso, se um agricultor ou outro profissional ligado ao ramo estiver exposto aos três tipos, esse risco aumenta ainda mais.
Outro estudo realizado sobre o tema, desta vez pela Universidade de Guelph, no Canadá, também sugere a ligação entre os pesticidas e a ocorrência da doença. Segundo os estudiosos, uma baixa exposição aos pesticidas já é capaz de irritar as nossas células, de forma que se assemelha aos efeitos de mutações responsáveis por causar o Parkinson.
As chances de uma pessoa que conviva com pesticidas ter a doença é 250% maior do que o restante da população. Para chegar nesse número, os cientistas usaram células-tronco de pessoas com Parkinson que tinham uma mutação no gene chamado sinucleína (que é altamente associado ao aumento do risco da doença), bem como células-tronco embrionárias normais.
Após isso, a equipe produziu neurônios ligados à produção de dopamina – que são afetados na doença de Parkinson – e os expuseram aos agroquímicos.
Como resultado à exposição, as mitocôndrias produtoras de energia não conseguiam se mover para onde eram necessárias dentro da célula, esgotando os neurônios de energia.
Até mesmo baixas doses de exposição aos pesticidas já foram suficientes para afetar os neurônios dos pacientes que já tinham Parkinson. Já doses mais altas prejudicam a função em neurônios de pessoas que ainda não desenvolveram a doença.
Quem tem predisposição genética ao Parkinson são as pessoas com mais propensão a serem afetadas pelos baixos níveis de exposição.
O Parkinson pode afetar os jovens
Frequentemente, o Parkinson é relacionado às pessoas com mais idade, principalmente as com mais de 60 anos. De fato, a frequência em pessoas dessa faixa etária é muito maior. Porém, esse não é o único grupo suscetível à doença.
Cerca de 5 a 10% de todos os casos de Parkinson são diagnosticados entre os 21 e os 45 anos, de maneira precoce. Por isso, é chamado de Parkinson juvenil.
Um caso raro no Canadá em 2016, uma criança de 2 anos foi diagnosticada com Parkinson, talvez o caso reconhecido mais cedo numa criança. Apesar disso, ainda é raro encontrar pessoas que tenham manifestado a doença antes dos 21 anos.
Uma das suspeitas mais contundentes é a de que o fator genético é o maior responsável por esses casos precoces. E a forma como a doença se desenvolve nos jovens também é diferente.
Os indivíduos que contraem a doença mais jovens têm um desenvolvimento lento da mesma e experienciam sintomas diferentes, como distonia, por exemplo. Problemas motores, que são mais comuns nas pessoas mais velhas com a doença, são menos recorrentes nos jovens com Parkinson.
Cheiro de Parkinson
Um caso muito curioso ocorreu com a britânica Joy Milne, cidadã que ficou conhecida como “a mulher que consegue cheirar o Parkinson”. Seu falecido marido foi diagnosticado com a doença com apenas 45 anos de idade.
Joy observou anos antes que o cheiro de seu marido tinha mudado. Reparou que outros portadores da doença também exalavam o mesmo odor almiscarado.
Sua percepção começou a ser estudada e testada, quando Joy testou roupas que tinham sido usadas em pessoas com e sem a doença. Ela acertou 11 das 12 amostras analisadas, sendo que a única errada apresentou meses depois a doença.
A incrível capacidade da cidadã levou cientistas a acreditar que pode haver uma estrutura molecular por trás da mudança de odor, e identificá-la poderia significar uma forma rápida e fácil de testar o Parkinson precocemente.
Apesar deste teste ainda não ser aprovado e praticado como método de diagnóstico, as pesquisas realizadas até então já identificaram 10 moléculas diferentes nas pessoas que convivem com o Parkinson.
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Autor
Redação Soham