MEDICINA INTEGRATIVA

Autor

Marlene Siqueira

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MEDICINA INTEGRATIVA

É a prática que reafirma a importância da relação médico/paciente e está focada na pessoa em seu todo, fazendo o uso de abordagens terapêuticas adequadas para cada tipo de tratamento.

Essa relação é extremamente importante, pois é através dela que se faz possível um diagnóstico preciso, aumentando a capacidade de melhoria do paciente.

De acordo com a Scientific Electronic Library Online (SciELO), adoção da medicina integrativa “levará à diminuição de gastos, devido ao cuidado integral, prevenção de doenças e promoção da saúde com que opera”.
Equipes médicas empregam a prática obtendo aumento das citocinas anti-inflamatória dos estudantes, após a intervenção, como sugere estudo publicado em 2017 pela Universidade de São Paulo (USP).

Benefícios da medicina integrativa

O principal benefício é que o paciente não é visto somente de forma biológica, mas incluído como parte do tratamento, sendo integrado ao processo de saúde como parte a parte mais importante. A saúde é vista de forma que o bem-estar físico, emocional, social, espiritual e mental serve de capacitação para engajar o paciente no dia a dia.

Nesta prática os pacientes são orientados a reconhecer, administrar e diminuir os fatores estressantes, recebem instruções nutricionais, se tornando o centro do tratamento como um todo. O tratamento se desenvolve de acordo com as abordagens médicas e respostas do paciente, enfatizando a promoção da saúde durante o processo.

Princípios básicos do tratamento

São considerados os aspectos sociais como impacto na doença em questão, além de orientações nutricionais que levam o paciente a cuidar da alimentação como forma de melhorar a saúde do paciente.

O médico usa uma abordagem profunda e intimista com o paciente, conhecendo seus hábitos diários, locais em que esteve durante a semana e que tipo de rotina ele tem, dessa forma, estabelece uma intimidade que possibilita conhecer o paciente e entender melhor sua necessidade real.
O conceito nasceu no contexto da contracultura e da introdução do I Ching no Ocidente, em meio à publicação de obras revolucionárias na época, como Silent Spring, de Rachel Carson, e a canção “We Shall Overcome, Some Day”, gravada por inúmeros artistas.

Como é feito o tratamento e quem pode realizá-lo

O atendimento é realizado por terapeutas corporais do grupo de Medicina Integrativa e consiste em técnicas corporais não invasivas, isentas de qualquer base religiosa e adaptadas às necessidades e limitações do paciente.

Realizadas individualmente, podem incluir práticas físicas, como alongamentos, exercícios respiratórios, massagens leves (sem óleos ou creme) e práticas de relaxamento conduzidas pela fala (voz) do terapeuta.

O objetivo do processo é proporcionar momentos de relaxamento e bem estar, a fim de reduzir a ansiedade e estresse, seja emocional, físico ou mental, por meio da prática de exercícios de atenção plena ao momento presente, que proporcionam esse estado de bem estar e de profundo relaxamento, ajudando os pacientes a identificar suas necessidades e expressar de forma clara os sintomas presentes à equipe médica e assistencial.

Técnicas de gestão de estresse são ensinadas aos pacientes e acompanhantes para que possam ser utilizadas rotineiramente em todos os momentos do tratamento.

Fique sabendo

A medicina integrativa pode ser aplicada em infinitas áreas da medicina, desde o tratamento de doenças físicas, quanto psicológicas e para viés estético. A exemplo disso o Instituto Brasileiro de Medicina Integrativa é uma clínica voltada para o emagrecimento baseado em exames médicos, onde o seu biotipo é analisado e dá origem a um programa individual de emagrecimento e conta com médicos especialistas que irão te ajudar a perder peso e conquistar um estilo de vida saudável, garantindo resultados que sejam duradouros.

A intenção é ligar a mente ao corpo, tratando de forma uniforme o paciente, deixando clara a importância da amizade entre ele e o médico que cuidará do tratamento, fazendo o processo mais leve e fácil de ser realizado. Inúmeras publicações e pesquisas científicas vêm dando suporte à credibilidade cada vez maior das práticas de medicina integrativa, mostrou o Prof. Dr. Emmanual Burdmann, da Disciplina de Nefrologia da FMUSP e co-coordenador do Centro de Medicina Integrativa Mente-Corpo. A área vem crescendo também no ensino da medicina, numa diversidade de programas acadêmicos, de acordo com I Simpósio Internacional de Medicina Integrativa Mente-Corpo, realizado pelo Centro de Medicina Integrativa Mente-Corpo do Departamento de Clínica Médica do HCFMUSP.

Medicina Integrativa no Brasil

Podem ser consideradas como práticas de medicina integrativa: apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais. Com as novas atividades, ao todo, o SUS passa a ofertar 29 procedimentos à população e o Brasil passa a contar com 29 práticas integrativas pelo SUS.

De acordo com o Ministério da Saúde: “evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares. Além disso, há crescente número de profissionais capacitados e habilitados e maior valorização dos conhecimentos tradicionais de onde se originam grande parte dessas práticas”.

O site ainda informa que “considerando a atenção básica e os serviços de média e alta complexidade, existem atualmente 9.350 estabelecimentos de saúde no país ofertando 56% dos atendimentos individuais e coletivos em Práticas Integrativas e Complementares nos municípios brasileiros, compondo 8.239 (19%) estabelecimentos na Atenção Básica que ofertam PICS, distribuídos em 3.173 municípios.

As Práticas Integrativas e Complementares estão presentes em quase 54% dos municípios brasileiros, distribuídos pelos 27 estados e Distrito Federal e todas as capitais brasileiras.”

O Brasil é considerado referência mundial na área de práticas integrativas e complementares na atenção básica. É uma modalidade que investe em prevenção e promoção à saúde com o objetivo de evitar que as pessoas fiquem doentes. Ainda são feitos debates sobre as práticas integrativas e complementares que começaram a despontar no final de década de 70, após a declaração de Alma Ata e validada, principalmente, em meados dos anos 80 com a 8ª Conferência Nacional de Saúde, um espaço legítimo de visibilidade das demandas e necessidades da população por uma nova cultura de saúde que questionasse o ainda latente modelo hegemônico de ofertar cuidado, que excluía outras formas de produzir e legitimar saberes e práticas.

A implantação do tratamento compete ao gestor municipal para elaborar normas técnicas para inserção em rede municipal de Saúde e definir recursos orçamentários e financeiros para a implementação das práticas integrativas. Dessa maneira, é de responsabilidade exclusiva do município a contratação dos profissionais e a definição das práticas oferecidas.


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