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Apesar de as mulheres e homens terem evoluído e muito nessas questões e se libertado de muitos preconceitos e entendimentos equivocados, abordar esse tema ainda é algo delicado para algumas delas. Ainda existe vergonha de falar sobre as necessidades e desejos sexuais.
Começamos pelo orgasmo. Nas épocas mais antigas em que as mulheres eram vistas apenas para a reprodução e seu prazer não era valorizado, o orgasmo era praticamente inexistente para muitas delas.
Obviamente, essa realidade mudou ao longo dos anos e hoje o prazer é buscado e praticado por ambos. Apesar disso, muitas mulheres nunca conseguiram chegar ao orgasmo e, mesmo no século 21, algumas ainda praticam o sexo sob o olhar exclusivo da reprodução.
Quero aproveitar para deixar claro que o sexo não é apenas para reprodução da espécie. Essa é uma premissa muito antiga que deve ser totalmente bloqueada em nossos dias atuais. A mulher pode e deve sentir prazer em sua relação, seja com um homem, com outra mulher ou consigo mesma.
A falta de conhecimento do próprio corpo, a vergonha em falar sobre o assunto e o medo de represálias ainda são latentes entre o sexo feminino e, sem dúvidas, essa é uma das situações mais delicadas e graves entorno da sexualidade da mulher.
Para se ter uma breve noção do que estou falando, em 2016, um experimento realizado pela instituição Eve Appeal pediu que 1000 mulheres identificassem sua anatomia em uma ilustração. O resultado foi surpreendente: 44% não conseguiram identificar a vagina e 60% não conseguiram reconhecer a vulva.
Isso demonstra que a mulher não conhece o próprio corpo e, consequentemente, não sabe como ter prazer, seja sozinha ou com outra pessoa.
É importante ter o mesmo pensamento que a felicidade a dois: para ser feliz com outra pessoa, precisamos ser felizes sozinhos antes. No sexo, a ideia é a mesma: para que ele seja bom para ambos e você tenha prazer, é preciso se conhecer sozinha primeiro.
Só assim, no sexo acompanhado, você poderá se comunicar com o seu parceiro, expondo o que você gosta e o que não gosta, como seria mais prazeroso, entre outros toques.
Por isso, a prática da masturbação feminina vem sendo tão incentivada por profissionais. Isso porque sabemos que chegar ao orgasmo pode não ser algo tão simples, o que acaba gerando frustrações.
Sendo assim, ele precisa ser trabalhado e conquistado, principalmente por meio do conhecimento e estimulação do próprio corpo.
Em paralelo ao autoconhecimento, a mulher precisa se valorizar mais e se sentir, realmente, sensual e bonita. A autoestima faz toda a diferente na sexualidade feminina e isso não depende de elogios alheios para acontecer. Você precisa se sentir bem consigo mesma; se olhar no espelho e gostar do que vê.
A sensualidade feminina está ligada à plenitude de se sentir e de ser mulher, independentemente do seu estilo, do seu peso, dos seus gostos e anseios.
É importante salientar que, para se sentir sensual e ter uma autoestima elevada, a mulher não precisa seguir padrões de beleza.
Cada uma deve se sentir bem como achar melhor. Algumas malham para isso e está tudo bem; outras não gostam de malhar e gostam do seu corpo, e está tudo bem também.
O que importa é você se sentir bem e ser FELIZ!
Autor
Marlene Siqueira